3 de abril de 2013

O que o ensino de Jesus testemunha a seu respeito? (3/3)

O CONCEITO da Bíblia é claro. Não apenas é o Todo-poderoso Deus, Jeová, uma personalidade à parte de Jesus, mas Ele é sempre superior. Jesus sempre é apresentado como pessoa à parte e menor, um humilde servo de Deus. É por isso que a Bíblia diz claramente que “a cabeça do Cristo é Deus” assim como “a cabeça de todo homem é o Cristo”. (1 Coríntios 11:3) E é por isso que o próprio Jesus disse: “O Pai é maior do que eu.” — João 14:28, O fato é que Jesus não é Deus e nunca afirmou ser. - Deve-se crer na Trindade, pp.20.

Em muitas ocasiões Jesus ensinou seus discípulos, seguidores e até mesmo numerosas multidões e não era incomum que as pessoas admirassem seu ensino. Algumas vezes no seu ministério vemos o elogio das pessoas ao que Cristo ensina dizendo que seu ensino não é como dos escribas ou fariseus, pois seu ensino tem autoridade.
Temos consciência de que o ensino de Jesus Cristo é fundamental para o cristão e que suas palavras tem autoridade sobre nós. Mas, encontramos nos ensinos de Cristo algo que demonstre sua divindade? Tenha em mente que Jesus aceitava dos homens aquilo que apenas Jeová pode aceitar.
Outra característica interessante de Cristo é que além de suas obras e seus ensinos atestarem sua divindade, Ele também aceita duas ações dos homens que devem ser apenas oferecidas a Jeová: oração e adoração. Diferente do que muitas pessoas pensam Jesus não apenas ensinou os discípulos a orarem, Ele os incentivou a orarem em seu nome:
Também, o que for que pedirdes em meu nome, eu farei isso, a fim de que o Pai seja glorificado em conexão com o Filho. Se pedirdes algo em meu nome, eu o farei – João 14.13-14
Vós não me escolhestes, mas eu escolhi a vós, e eu vos designei para prosseguirdes e persistirdes em dar fruto, e que o vosso fruto permaneça; a fim de que, não importa o que pedirdes ao Pai em meu nome, ele vo-lo dê – João 15.16
E naquele dia não me fareis absolutamente nenhuma pergunta. Eu vos digo em toda a verdade: Se pedirdes ao Pai qualquer coisa, ele vo-la dará em meu nome. Até o momento não pedistes nem uma única coisa em meu nome. Pedi e recebereis, para que a vossa alegria seja plena - João 16.23-24
É bem verdade que no ensino de Cristo, fica evidente que a oração deve ser feita ao Pai, mas é na sua autoridade que tal oração é feita. Entretanto, seus seguidores não apenas oravam em nome de Cristo (1Co.5.4) como também oravam a Cristo:
E atiravam pedras em Estêvão, enquanto ele fazia apelo e dizia: “Senhor Jesus, recebe meu espírito – Atos 7.59
Mas, mais importante do que ser digno de receber as orações de seus seguidores, Jesus Cristo também recebeu adoração. As escrituras hebraicas deixam claro que apenas Jeová pode ser adorado (Ex.20.1-4, Dt.5.6-7). As escrituras gregas cristãs do mesmo modo apóiam a exclusividade de Jeová na adoração com clareza (At.17.29; 19.26; Rm.1.23). As escrituras também são claras em atestar que nenhum ser humano é digno de receber adoração (At.14.15) e que até mesmo os seres angélicos não tem tal dignidade (Rev.22.8,9). Infelizmente, a Tradução do Novo Mundo esconde o fato de que Jesus recebeu adoração dos seus leitores, por dizer que eles o homenageavam:
E eis que veio um leproso e começou a prestar-lhe homenagem, dizendo: “Senhor, se apenas quiseres, podes tornar-me limpo” – Mateus 8.2
Em primeiro lugar, o próprio texto não parece um ambiente de prestação de homenagem, afinal o homem que se achega a Cristo aqui está aflito e perdido. Ele precisa de ajuda, ele está desesperado. Até mesmo sua afirmação a Cristo parece sugerir mais do que uma homenagem: Ele o chama de Senhor e reconhece seu poder e autoridade para realizar o que ele lhe pede. Em nenhum momento esse leproso desconfiou de quem Jesus era e do que Ele era capaz de fazer, mas submisso à sua autoridade, pede que se for da vontade Dele, que Cristo o faça limpo.
Em segundo lugar, o termo empregado por Mateus aqui foi mal compreendida pela Tradução do Novo Mundo (TNM). O termo usado aqui é “proskunéo“, o mesmo termo que a TNM traduz em outros lugares, especialmente em referência a Jeová como adoração:
“Todas estas coisas te darei, se te prostrares e me fizeres um ato de adoração” Jesus disse-lhe então: “Vai-te, Satanás! Pois está escrito: ‘É a Jeová, teu Deus, que tens de adorar e é somente a ele que tens de prestar serviço sagrado” – Mateus 4.9-10
Nesses versos o mesmo termo é usado duas vezes, e vemos que o sentido aqui é claramente adorar, e sempre que o termo é usado em referência a Jeová, esse é o sentido usado pela TNM (Mt 4:10; Jo 4:20-23s; 12:20; At 24:11; 1Cor 14:25; Hb 11:21; Rv 4:10; 14:7; 19:4). O mesmo acontece quando é usado em referência a agentes de Satanás (Lc 4:7 ; Rv 9:20; 13:4; 14:9, 11) e a seres angélicos (Rv.22.8). Até mesmo quando Pedro foi surpreendido pela postura de Cornélio, o termo usado também foi “proskunéo” (At.10.25). Ou seja, a TNM aceita que o termo tenha de fato o sentido de adoração, mas apenas nas ocasiões relacionadas a Cristo é que ela faz diferença (Mt 2:2, 8, 11; 8:2; 9:18; 14:33; 20:20; 15:25; 28:9, 17; Mc 5:6; 15:19; Lc 24:52). Com isso, estamos dizendo que as escrituras sagradas afirmam com clareza que Jesus recebeu adoração, e que isso certamente implica em dizer que Jesus é divino.
Entretanto, a mais clara das afirmações sobre quem Cristo é foi realizada em um ato de adoração, quando Tomé o reconheceu após a ressurreição: “Em resposta, Tomé disse-lhe: “Meu Senhor e meu Deus!” (João 20.28). É interessante que, diferente dos seres angélicos e seres humanos, Jesus nunca repreendeu as pessoas que se prostravam diante dele em adoração, do mesmo modo que nunca repreendeu a Tomé por chamá-lo de Senhor e Deus.
Com isso, estamos dizendo que com sua postura nesses casos, Jesus claramente falou ser Ele verdadeiramente divino.