30 de abril de 2010

NÃO HAVIA LUGAR

“E teve a seu filho primogénito; envolveu-o em faixas e o deitou em uma manjedoura, porque não havia lugar para eles na estalagem.” Lucas 2:7.
Quão melancólico é este registo do evangelista Lucas! Com efeito, havia lugar na hospedaria para os soldados de Roma, que tinham subjugado brutalmente o povo judeu; havia lugar para as filhas dos ricos mercadores do Oriente; havia lugar para os que vestiam roupas finas; para os que viviam nas casas do rei. Em suma, havia lugar para todos os que tinham uma moeda forte para dar ao estalajadeiro; mas não havia lugar para Aquele que veio para ser a “hospedaria de todos os corações” – sem lar no mundo! No recanto mais sujo do mundo – um estábulo – nasceu a Pureza!
“Quando o inventário da História estiver finalmente completo e escrita a última palavra do tempo, a linha mais triste será escrita: ´Não havia lugar na hospedaria´” Fulton Sheen.
A imaginação dos homens tem sido fértil no esforço de descobrir a causa ou as razões para a exclusão da família de Jesus da hospedaria de Belém, reservando-lhe apenas a manjedoura para o seu nascimento. Podemos fazer muitas conjecturas em torno de uma narrativa, tão sóbria e natural como esta, mas corremos o risco de estabelecer hipóteses que não se encontram nos Evangelhos.
“Porque não houve e não há lugar em muitos corações para Jesus, que está à porta?”
Não cremos que houvesse má vontade ou qualquer sentimento de hostilidade para com José, que, embora modesto carpinteiro, era da linhagem de David. Realmente, a hospedaria já estava lotada ou superlotada e não havia um lugar sequer, e isso é comum, especialmente nas pequenas cidades e vilas, em certas ocasiões festivas, movimentos cívicos ou políticos, e aqui, no caso, o serviço de alistamento ou recenseamento do povo, determinado por César Augusto. Por outro lado, ninguém conhecia o casal e nem podia prever a importância e a grandeza d´Aquele memorável evento e da pessoa que ia surgir ali, inesperadamente! Mas, e você tem lugar para Ele?